PS exige ao PSD que "não se esconda atrás da coligação"
Em conferência de imprensa e a falar em nome do PS nacional, o líder da federação socialista do PS/Porto, José Luís Carneiro, disse que "aquilo que os socialistas exigem ao PSD é que não se esconda atrás da coligação, que assuma se quer ou se não quer avançar" com a reforma do sistema eleitoral para a Assembleia da República.
"A coligação não permitiu que se avançasse com a reforma eleitoral para as autarquias locais. Hoje olhamos para as declarações do Dr. Luís Menezes que dá conta de que vão ouvir a coligação, esperamos que a coligação de novo não obstaculize esta reforma política que é ela própria essencial", disse José Luís Carneiro.
O vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata disse hoje, também em conferência de imprensa no Porto, que a redução do número de deputados é "uma das bandeiras mais antigas" do PSD, salientando que esta questão deve ser aprofundada "em primeira instância" dentro da coligação PSD/CDS-PP.
Na sexta-feira, em Alenquer, o secretário-geral do PS, António José Seguro, anunciou que o PS vai entregar ainda este ano uma proposta para reduzir o número de deputados na Assembleia da República.
José Luís Carneiro olha assim para as declarações de Luís Menezes como sendo "muito à defesa" ao dizer que aguarda pela posição do CDS em relação a esta reforma.
Na opinião do líder do PS/Porto "nunca há atraso quando se trata de melhorar o sistema de funcionamento das instituições" e o "PSD tem oportunidade de mostrar que tem autonomia estratégia para assumir aquilo que sempre defendeu".
"O PS procurará compatibilizar a necessidade de aproximarmos os eleitos dos eleitores mas também garantir que o princípio da proporcionalidade da representação parlamentar não é beliscado", afirmou, respondendo assim às preocupações manifestadas pelos partidos com menor representação parlamentar.
José Luís Carneiro disse que "há 20 anos que se anda a estudar uma reforma do sistema eleitoral para a Assembleia da República" e que chegou o "momento de decidir e de avançar para essa mesma reforma", sublinhando no entanto que terá que ser feito "com cuidado".
"Aquilo que nós devemos exigir ao PSD que está hoje no Governo é que aproveite essa oportunidade porque também tem do lado do PS esta vontade de avançar com esta reforma", disse.